Minha Ética em Xeque: Como Enfrento a Corrupção Sistêmica em Minhas Práticas de Intervenção.

Minha Ética em Xeque: Como Enfrento a Corrupção Sistêmica em Minhas Práticas de Intervenção 
​Autora: Ginildete Manaia

Atuação: Assistente Social, Especialista em Técnica e Reabilitação de Dependentes Químicos, Psicanalista e Especialista em Intervenção Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).

​Introdução 

​No decorrer da minha trajetória, compreendi que a corrupção sistêmica não é apenas um conjunto de atos ilícitos distantes; é um ambiente onde as instituições e normas são subvertidas para favorecer interesses particulares. Em minhas áreas de atuação — assistência social, saúde mental e intervenção no TEA — esse fenômeno deixa de ser um conceito abstrato e passa a exercer uma coação direta sobre o meu trabalho e sobre a minha conduta ética na ponta do atendimento.

​A Coação que Enfrento no Cotidiano 

​No exercício das minhas multifacetadas competências, vejo-me frequentemente diante de modelos de pressão que testam minha integridade e o rigor do meu fazer profissional:

​Na Assistência Social e Reabilitação: Sinto a pressão da "captura de recursos", onde o sistema pode tentar me coagir a gerir listas de espera ou acessos a benefícios sob critérios institucionais ou políticos, desafiando meu compromisso de priorizar a real vulnerabilidade e a necessidade técnica do sujeito. ​Na Dependência Química e Psicanálise: Enfrento a coação que se manifesta na exigência por "resultados rápidos" ou protocolos padronizados. Como psicanalista, sei que isso muitas vezes ignora a singularidade do sujeito e o tempo do inconsciente, servindo apenas à lógica de rotatividade financeira de centros de tratamento. ​Na Intervenção Aplicada ao TEA: Sou confrontada por modelos de "ação coletiva", onde o mercado tenta impor intervenções de baixa qualidade sob o pretexto de redução de custos. Como especialista, sou coagida a aceitar o "que o sistema permite", mas resisto para manter o rigor científico que a intervenção exige. ​Meu Papel como Agente de Resistência 

​Pauto minha atuação na premissa de que a técnica e a ética são minhas maiores defesas contra a corrupção. Seja através da minha escuta psicanalítica, do meu suporte social ou da minha intervenção aplicada, utilizo a objetividade dos dados e a profundidade do meu acolhimento para barrar a precarização dos serviços e a manipulação de resultados.

​Conclusão 

​Para mim, enfrentar a corrupção sistêmica exige ir muito além do conhecimento técnico. Preciso compreender as dinâmicas de poder que tentam me coagir a entregar menos do que a ciência e a ética prescrevem. Minha integridade em cada uma dessas áreas é um compromisso inegociável que assumo com a dignidade humana e com a justiça social.

​Sobre mim: Sou Ginildete Manaia, Assistente Social, Psicanalista e Especialista em Reabilitação e Intervenção Aplicada ao TEA. Dedico minha carreira à implementação de práticas baseadas em evidências e ao fortalecimento da ética profissional frente aos desafios estruturais da nossa sociedade.


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